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O néon das cidades inclinadas

Prosa e poesia. Um blog de Joaquim M Simões

O néon das cidades inclinadas

Prosa e poesia. Um blog de Joaquim M Simões

Ao espírito indolente

espirito indolente.jpg

COMO tudo já foi tão declarado,
tornando qualquer gesto transparente,
não É POSSÍVEL que esteja intrigado
esse espirito, ainda que indolente.
PERDER-TE não é um erro que arrisco,
pois existo SEM NUNCA TE TER ganho
ou ACHADO na essência do que conquisto,
da sensatez óbvia não me abstenho.
NEM o mais vil, anónimo recado
ficou sequer NA POLPA DOS MEUS DEDOS
para te ser lançado entre segredos.
Jamais SE poderia TER FORMADO
O AFAGO errado ou o rancor em mim,
mas tu, por incúria, pensas que sim.
(citando um excerto do POEMA SOBRE A RECUSA de MARIA TERESA HORTA)

 

JARDINS DE LISBOA

jardim lisboa.jpg

Passeiam amantes pelos jardins
onde LISBOA de verde se vestiu,
eles planeiam discretos festins,
entre ambos o adultério já sorriu.
Observam a magnífica cidade,
as colinas quase multiplicadas,
à luz da paisagem a lealdade
das almas infieis e apaixonadas.
Consorte secreta deste casal
que se UNIU SEM LEI convencional,
Lisboa abençoa o desejo livre.
AO VOSSO ABRAÇO de intocável cor
apenas se insinua, sedutor,
O AZUL DO TEJO que no longe existe.

O liceu da ilusão

liceu.jpg

Entras, inocente, na escola doentia
ONDE O AMOR foi ensinado bem depressa
durante a lição que durou um longo dia,
em diversas aulas de matéria dispersa.
E nesse lugar aprenderás a paixão,
todas as suas mais profundas fantasias
que SE renderão à dor, à desilusão,
quando forem infectadas por almas frias.
Aprenderás o fascinante fogo do Hades
que o futuro MATOU mas ainda não sabes,
lidarás com o que NASCEU de noites mágicas
e depois alcançarás, entre visões trágicas,
o amor em formas decadentes, luzidias,
UM MONSTRO feito de sonhos e melodias.

Guardei em ti o meu sonho primeiro

 

 

Guardei em ti o meu sonho primeiro,

a ilusão de tornar o corpo em luz

por entre todas as penumbras.

Ficámos na escuridão de um desejo,

presos à sua forma de fogo e mágoa,

pela água do tempo apagada.

Fomos reféns de um amor breve, inicial,

o nosso cárcere um templo sem sentido,

semente imprudente de deus algum.

O nosso adeus pareceu etéreo,

como se nele flutuasse a alma

que por nós nunca foi gerada.


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